Capítulo XI. De como por um dia Compostela converteu-se em Buenos Aires
Por essas ironias do destino, um bom dia topei-me coa oportunidade de ver a um dos meus ídolos da mocidade em concerto, mas havia um pequeno detalhe a considerar: o tempo passara e as coisas cambiaram. Se bem nom poderia ver a Soda Stereo, digamos, no seu último concerto ou numa de tantas xiras que os levaram por terras mexicanas, polo menos tinha a oportunidade de mirar a Gustavo Ceratti e amigos numa noite de lua na bela Compostela. Como sempre sucede quando xurde uma oportunidade coma esta, os meus sentimentos forom contraditórios: por uma banda, podia ficar resulta uma das minhas débedas de moço. Pola outra, era coma um premio de consolaçom: nom poide mirar a Soda Stereo mas ali estava o seu vocalista, compositor, guitarrista e coraçom. Também nom me podia queixar. O que nom sabia era que Ceratti nom ia vir só.
Depois de passar uma semana de preparaçom (tinha, sobre todo, que escuitar o que fixera case dende que desapareceu Soda) chegou a noite dum concerto (sem teloneiro) cheo de surpresas. Xa há tempo JP dicia que, ao escutar e ver a Ceratti, parecia que a volta de Soda nom estava lonxe. A minha impressom foi a mesma, mas... Tal vez seria melhor disser que Soda nunca se foi do todo, ainda que iso nom implique que se volvam reunir. Ao longo de todo o concerto houbo guinhos ao grupo arxentino mais importante dos oitenta e seguramente o melhor momento da noite chegou coa verssom acústica e encantadora de “Té para tres”. Foi um verdadeiro gosto estar ali ante a presença dum Ceratti que fixo seu o local.
Mas, Compostela convertida em Buenos Aires? Pois si, e de que maneira. Nom sei se será um fenómeno único que só pasa cos arxentinos, mas uma marea deles fixo-se presente na Sala Capitol e, sobre todo, fixo-se sentir. Depois de cada cançom comenzarom xurder gritos de “Tavo, che” ou “Grande, Tavo”, ainda que o mais popular foi “Enooooorme”. Deste xeito foi como chegou Ceratti a Compostela, e como conseguiu que a cidade fora, por umas horas, Buenos Aires (ou polo menos mais do normal, porque na capital galega arxentinos nom faltam). Suponho que alguém coma el estará feito a que suceda isto. Tal vez tenha um clube de admiradores que o seguem a todos lados (eu, no pessoal, teria mania de persecuçom se esse fora o meu caso), ou pode que o orgulho arxentino enche a Sala Capitol e calquera lugar onde Ceratti faga acto de presença. Sinceramente, nom o sei. De todos os xeitos, sabe lidiar bem com este fenómeno, o que demonstrou quando saudou a “todos los argentinos, todos los gallegos y todos los demás que están aquí esta noche”. Seguramente algum mexicano perdido por alí ou algum espanhol desubicado, mas pouco mais. Aquela foi uma noite de pobos do mar.
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