segunda-feira, agosto 21, 2006

Capítulo IX. De como com subtilezas pode-se voar


Lembro um capítulo dos Simpsons: Homero está no festival de Lollapalooza e os Smashing Pumpkins tocam “Zero” mentres o público move o corpo ritmicamente (nom podemos chamar a iso “bailar”). Sempre pensei que muitos dos grupos musicais dos que mais gosto fam música francamente difícil de bailar. Quizais sexa o que menos importa, sobre todo porque eu, falando com sinceridade, nom sei bailar. Mas, como mover-se num concerto de Sigur Rós, por exemplo? É uma cuestiom nada doada e poderíamos estar plantexándola ata que rematara a hora e quinze minutos que estiverom no escenârio do Summercase. Era melhor se ocupar em outras cousas. Ademais, cando é difícil saber exactamente em que momento empeça o concerto, há muito mais de que se preocupar. Dum xeito subtil empeçarom, cuma cortina cobrindo o escenârio, com sons e imaxes, palmas e gritos, repetiçóns e um público entregado de antemam. Subtilmente também rematarom coa mesma cortina, com sombras e luzes, com cores e com intermináveis aplausos do abundante público. E no médio? De todo. Empeçando por um conxunto de cordas e outro de vento que derom muitíssimo corpo à música dos islandeses, xa de por si inabarcável -xenial a imaxe do trombom bailando ao fondo do escenârio; passando por um bombardeio de cores e imaxes que hipnotizavam ao ritmo da música e rematando coa introvertida personalidade do grupo que, intentando nom se dar por sabidos da presencia do público, construíam atmosferas e mundos afastados da calurosa noite barceloní.
Que conseguirom? Levantar-nos do chan por ums momentos, fazer que nos esquecêramos de todo, bo ou malo, e obrigar-nos a sonhar com frias e subtis noites nórdicas lonxe, mói lonxe do afastado sur.

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